quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Se eu fechar os olhos agora

Leio " Se eu fechar os olhos agora ", de Edney Silvestre, que recebeu o Prêmio Jabuti 2010 de melhor romance e perdeu a premiação de melhor obra do ano para o sambista e compositor Chico Buarque, que, entre outras ousadias, teria cometido a seguinte frase “(Esse governo) ... não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai e, por isso mesmo, é respeitado no mundo inteiro”.

Um trecho para avaliar a régua e o compasso do escritor:
Sem erguer a cabeça, Eduardo tentou responder. Queria falar de sua perplexidade ante o acúmulo de elementos incontroláveis, queria pedir ajuda para entender Dona Madalena morta, a ameaça de expulsão feita pelo diretor, o risco do futuro destruído, os gemidos da mãe e o rosnar do ai na noite anterior, o horror de sabe da existência de uma pobreza muito mais aguda do que jamais imaginara ou lera nos livros. Só conseguiu dizer: - Estamos em uma encrenca danada.

O texto combina o suspense de um thriller com a reconstituição, por meio de referências esparsas, de um período da história recente brasileira, anos que antecederam a crise de 64, o golpe, e a paralisia institucional em que nos metemos por mais de vinte anos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Leituras que faço, fiz, estou fazendo


A maioria de nós ainda acredita que nossas lembranças refletem com precisão os acontecimentos do passado e que essas memórias são permanentes. A notícia ruim é que o passado, para nós, não é um registro objetivo, mas sim constituído de memórias reconstruídas, e essa reconstrução é influenciada fortemente pelas atitudes, crenças e informações de que dispomos no presente. Essa característica reconstrutiva do passado é importante de ser compreendida, afinal, isso implica no fato de que o que pensamos e sentimos hoje influenciará fortemente a forma como nos lembraremos de nosso passado.”



O segredo de Ebbinghaus. Como uma simples descoberta sobre a memória muda tudo o que você sabia sobre gestão de marcas. Gian Franco Rocchiccioli, São Paulo, Alfaiatar, 2010.