domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aqui em Brasília, domingo de Carnaval, tem o quê? Pacotão! o que vc pensou q tinha? O roteiro é mais ou menos o mesmo e os anos cobraram um pedágio. Pela manhã, pegar leve. Um café feito sem pressa. Atenção à lista da nutricionista. O jornal do dia. As notícias do Carnaval em Sampa, o túmulo do samba. Duas notícias de contexto, mulheres de coragem, uma delas sambista, mulata bonita, valorosa. Um almoço leve e as latinhas no freezer. Economia? Nem tanto. Apenas um certo cansaço diante do lugar comum, gente pobre q descola um troco com a oportunidade q os bacanas oferecem. Tá na hora. Põe as latinhas na bolsa térmica, a máscara do morcegão, a fantasia tá em cima. Tudo no contexto. Ôpa! uma vaga pro carro próxima da concentração. Paticundum! Tudo conforme o esperado. A cacofonia de todos os anos. Alguns rostos conhecidos, as rugas novas. Vamos sair. A bateria recrudesce, passos ganham direção, um norte. Olha lá o Ivan! A bruxa! Feia como antes, igualzinha. Os travecos. Velhos e moços. Os protestos engajados. Meus joelhos doem. Saiu! Saiu! Chegamos na avenida W3 e o calor tá forte. "Il sole picchia!" Encontro um amigo e trocamos um abraço e frases bem humoradas. Tem um garoto tocando tamborim ao comando do pai. Carnaval é tradição de pai para filho! Chegamos sob o viaduto onde tudo se torna um rebumbar só, instrumentos, gente e estruturas de concreto. Encontro mais um velho conhecido e nos abraçamos e nos afastamos. Alguém me trata como se me conhecesse. E se me tivesse conhecido em algum outro dia? em algum Carnaval dessa vida? Outro conhecido surge descolando-se da multidão de desconhecidos e anônimos. Parece feliz por ter-me encontrado. Me sinto menos anônimo e parte de tudo aquilo.